Todo “disco de retorno” de uma grande banda, sempre gera
muita expectativa. Não foi diferente com “Surgical Steel”, primeiro disco de
inéditas da banda Carcass desde 1995. Considerada uma das bandas pioneiras em
não só um, mas dois estilos de Metal, o Grindcore e o Death Metal Melódico, o
grupo carregava a expectativa de um novo disco desde que a banda se reuniu para
voltar a excursionar em 2007. Muito se especulava sobre qual seria a direção
musical que o disco tomaria, se uma visita aos primórdios calcados na
selvageria Grind, ou uma continuação do que vinha sendo feito nos últimos
discos. Em declarações para a imprensa, os integrantes afirmavam que o disco
seria o elo entre os dois estilos, algo entre o “Necroticism” e o “Heartwork”.
E é isso exatamente o que se pode dizer após se ouvir os 47
minutos do disco. Apesar da influência do grindcore ser discreta, ela está lá,
quase que como uma impressão de DNA do som característico do Carcass. Mas a
parte interessante é que o estilo do disco é bem mais cru e direto do que no
próprio “Heartwork”, com mais influências do Thrash e do Metal tradicional do
que do Death melódico. Ou seja, funciona exatamente como a ponte entre os dois
mundos que a banda viveu durante sua história.
“Surgical Steel” basicamente tem tudo que um fã de Metal
pode querer. Estão lá as partes mais rápidas e agressivas, os solos altamente
técnicos de guitarra, as harmonias dos leads de guitarra que você vai assobiando
junto, os riffs cromaticamente dissonantes pra dar nó na cabeça, a precisão
cirúrgica na bateria e os já característicos grunhidos do vocal de Jeff Walker.
É impressionante a facilidade com que o som se transforma de um estilo no outro
em questão de segundos, sempre mantendo a unidade e a coerência da proposta do
disco.
Parece que 2013 foi realmente o ano das bandas veteranas
lançarem discos impressionantes, e mandarem um recado pra essa geração de
‘alargadores na orelha + cabelos esquisitos + uma frase non-sense como nome da
banda’: “Crianças, observem como se deve fazer um verdadeiro disco de Metal...”
Lucas Peixoto.
Um comentário:
Eu achei um álbum muito, muito fraco. Sem a inspiração de outrora, sem a brutalidade de antigamente.
Empurraram a parte melódica goela abaixo do ouvinte...
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